sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Já vem lá!

Passou rápido a semana, não?

Essa é uma postagem curta. Primeiramente gostaria de agradecer as visitas que o blog está tendo todos os dias. Isso é meu maior incentivo.

Segundo que após esse longo período de postagens dos capítulos, a coisa começa a ficar lenta. Até o quarto capítulo eu já possuía pronto antes de criar o blog. Apenas revisava antes de postar. Agora estou escrevendo tudo em ritmo real, e imponho metas a mim!

Pra finalizar, quero manter o prazo estipulado inicialmente de postar um capítulo por semana. Alguns mais longos vou me permitir demorar mais. Postem suas críticas!

Abraços, Richard Writer.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Escrita Poética

Toda vez que eu pego e começo a escrever, as primeiras frases saem horríveis! Parece que meu cérebro tem que pegar no tranco para que a escrita seja agradável.

E isso acaba me induzindo a uma escrita mais poética. Essa é uma arma perigosa, digo já. Não foram poucas as vezes que me feri com ela e tornei os textos por demais abstratos e difíceis de entender. Por outro lado, quando bem utilizada, torna a leitura fluida e harmoniosa.

Eu até que estou satisfeito da forma como ela está saindo. Pode ser verificado melhor no último capítulo publicado que eu puxei mais pra esse tipo de narração. Mas pelo fato de a história ser contada pela protagonista, talvez não seja adequada a escrita poética.

Então eu gostaria que vocês, abençoados e pacientes leitores que gostam de perder o precioso tempo lendo o que escrevo, me dissessem se está agradável e verossímil que Micaela conte a história dessa forma. É perceptível que a uso mais em momentos tristes e dramáticos, e que o grosso do livro - ao menos a priori - é feito de momentos cômicos em que ela xinga bastante, sendo menos usada.

Abraços! Richard Writer

Capítulo Cinco: Tardo Fim

Fui jogada ao chão junto de Scott. Estilhaços de madeira e tiros cortaram os ares. As pessoas na sacada corriam desesperadas de volta ao salão, em busca das saídas. Um disparo de canhão atingiu o telhado, fazendo-o desabar. Um dirigível enorme disparava suas dúzias de canhões contra o navio do Capitão Wig, que em segundos foi totalmente destruído. A ferocidade do ataque era aterrorizante.
 
- Responda Micaela! – Scott levantou-se e esticou sua mão a mim – É sua única chance de escapar desse inferno!

Agarrei sua mão.

Soldados do exército inglês surgiam de toda parte. Os festeiros sacavam suas armas e tentavam reagir. Inútil. Os ingleses os assassinavam desprovidos de remorso.

Quando consegui sair às ruas, parecia ter finalmente chegado ao inferno. Mirrorport estava sendo atacada por forças inglesas. Era uma guerra, e não havia para onde fugir. Nos céus, acima das colunas de fumaça negra que subiam das dezenas de prédios que eram consumidos por chamas, três dirigíveis, enormes navios de guerra, observavam a tomada da cidade. Eles repreendiam violentamente com seus canhões a qualquer tentativa de resistência que os terrestres tomassem.

Corremos às docas. Não havia praias nas proximidades de Mirrorport. Nascida da baía em minguante, havia um único ponto onde forças podiam desembarcar. Antes de os navios dominarem os ares. Dos diversos navios ancorados, apenas um estava pronto para partir, plenamente tripulado.

- Suba naquele navio – Scott me dizia, enérgico – E obedeça ao capitão! É sua única forma de escapar daqui. 

- Espere! Não posso ir sem meu livro!

Scott não gostou quando escapei dele e comecei a subir as ruas de volta ao coração de Mirrorport. Fui sozinha. Pensava em uma maneira de como o livro poderia me ajudar naquele momento. A mim, e a Carmensita! Não vi o que aconteceu a ela após deixa-la na sacada. Não podia deixar que nada acontecesse de mal a ela, mas não tinha ideia do que fazer.

Cheguei a um casarão antigo, fúnebre. Janelas escuras, em velhas armações de bronze, não transpareciam luz alguma. Da chaminé erguida acima do telhado cinzento e curvado escapavam fios azulados de fumaça. As ripas de madeira há anos se rebelaram contra sua pintura branca e agora se empenavam e rangiam ao largo da ventania. Forcei as altas grades do portão, mas não fui capaz de abri-las. Agarrei, então, as trepadeiras do muro e saltei para o jardim, que já não tinha flores, que já não tinha cor.

Ao forçar a porta de madeira da entrada principal, um túnel de vento se instalou. Portas e janelas batiam com violência, como se soubessem que a casa tinha seus dias contados. Folhas de outono voaram pelo corredor não iluminado e um retrato caiu da parede, estilhaçando o vidro que protegia a imagem da bela mulher jovem de chapéu florido.

Avancei a passos rápidos por um lugar que há anos não frequentava. A cada porta que passava pelo corredor, imagens singelas, sem importância para todos os outros, percorriam minha mente. Lembrava-me desses quartos iluminados pelos raios dourados do fim de tarde entrando pelas vidraças e do cheiro do café que contaminava toda a casa, preparado todo dia ao mesmo horário, do guarda-roupa com espelho engraçado e da penteadeira repleta de frascos de vidro. O que eu via agora eram empoeirados cômodos vazios e cinzentos, móveis tristes e velhos, e cheiro de coisa esquecida.

Atravessei o corredor direto à sala principal. Uma escada outrora soberana subia o alto cômodo colada à parede do lado oposto, e da única porta da sala, situada à esquerda, entrava toda a ventania. Das altas vidraças eu via o caos se aproximando, como se me alertasse claramente que essa casa não seria poupada. Ele estava sentado em uma cadeira de vime no centro do cômodo, de costas para mim. O assoalho rangeu ao meu primeiro passo, anunciando a porta que devia se fechar por educação, que uma conversa tomaria lugar. Ela, de mal grado, bateu com força, bloqueando o vendaval descontrolado. Silêncio agradou nossos ouvidos.

- O que acha que veria, se lesse esse livro agora? – me indagou com sua voz profunda.

Meus lábios não revelaram as imagens que passavam em frente aos meus olhos. O livro não me perdoava. Imaginava que veria os anos de minha infância nessa casa, a mesma luz dourada do fim de tarde. Não demoraria, contudo, para que as chamas consumissem tudo ao meu redor. Eu presa na casa da árvore. Os estalos dos gravetos queimando. Os gritos.

- Você precisa sair daqui – avancei até ver o velho de frente – Não vão te poupar pelo mérito do passado!

Ele levantou pesadamente os olhos do grande livro que tinha no colo até se encontrarem com os meus. A idade tornou seu semblante severo, de sobrancelhas arredias totalmente brancas e de pele manchada. As mãos, cuja firmeza havia sido roubada pelo tempo, ergueram lentamente o livro até mim. Peguei-o.

- Ele não pode te tirar daqui? – indagou-me ironicamente – Estaria disposta a pagar o preço? Acho que esse você sempre esteve.

- Venha comigo! Tenho um barco que pode tirar a gente daqui agora – eu gritava com a figura teimosa. Por que ele não simplesmente não me ouvia?!

- Você me pediu para guarda-lo e aí está com ele novamente. Agora vá – seus olhos se perderam no horizonte imaginário das paredes descascadas.

- Ao menos uma vez na vida deixe esse orgulho besta de lado! Vai pagá-lo com a vida!

O olhar voltou a mim fulminante dessa vez. Severo. Julgador. Foram a honra e o orgulho responsáveis pela maior conquista de sua carreira no exército. E da maior tragédia da sua vida. Uma conquista que lhe custou o que tinha de mais valioso, e que jamais pôde saldar. Esse olhar foi o suficiente para me fazer recuar um passo, encerrando a conversa. O assoalho anunciou novamente, e porta que se continha agitadamente em vibração escancarou-se para dar lugar novamente ao vendaval e as folhas de outono. Voltou os olhos para o horizonte que só ele podia enxergar em sinal de término. Com passos lentos e tendo o livro agarrado ao peito com os dois braços, andei até o corredor. Percebi que eu era incapaz de tirá-lo dali. Talvez todos fossem. Quando me encontrei no limite da sala, ele me disse sem mover a cabeça.

- Micaela – ele chamou – A única maneira que terá de se recordar dessa casa, depois de hoje, será através de seu livro. Entenda que haverá um momento que ele não poderá te salvar.

No ápice de sua melancólica aceitação, excluiu-se de minhas vontades de lembrança em detrimento da casa. Aquele homem havia aguentado sua pena por décadas e, naquela noite, consumou-se seu fim. Tomei meu caminho de retorno, com as lágrimas sendo carregadas pelo vento.

- Adeus, Anthony.

sábado, 22 de setembro de 2012

Capítulo Quatro: Porto Seguro - Parte 2

Já que eu não tinha nada melhor pra fazer de noite – nem o que comer, nem onde dormir – fui averiguar se essa tal festa ia acontecer mesmo. As ruas de Mirrorport essa hora da noite eram tomadas pela neblina que subia do Canal da Mancha, escuras e convidativas a assaltos e estupros. Eu mesma já fiz muito isso, mas resisti à tentação de repeti-las.

A taverna estava lotada de imbecis fedendo a sal, suor e cerveja, em seus surrados trajes de marujos, cabelos e barbas desgrenhadas. Não estivessem minhas botas bem afiveladas, elas recusariam a seguir caminho junto dos meus pés, coladas no assoalho. Gaiteiros e músicos menos afinados queriam ter a certeza que seriam ouvidos de Londres. Meretrizes baratas subiam as escadas acompanhadas, e outras não tão baratas assim dançavam pouco vestidas na multidão. Sobre uma grande mesa, javalis, peixes e aves assadas eram devorados pelos festeiros. Barris de cerveja, vinho e rum rolavam pelo local, abastecendo as canecas de todos.

Meu senso investigativo estava sempre desperto. Por isso, após pegar algumas garrafas e pedaços de carne para análise, tratei de descobrir quem o responsável por aquela festança.

Atrás do balcão, Billy Jack Joe, o taverneiro, colocava mais um barril de cerveja a disposição de todos. Ele era muquirana, jamais hospedaria uma festa. Nem que sua sogra morresse e lhe deixasse uma herança milionária.

Mais adiante, bebendo ao balcão e conversando com os bêbados, Conde Andrew em seu fraque preto, cartola e bengala. Impossível, mal tinha dinheiro para sustentar a si próprio. Tanto que se tivesse não estaria aqui.

Ao seu lado, Capitão Wig Gancho Torto, pirata dos ares. Acho que vi um navio voador pirata ancorado acima da Boca de Lobo. Só podia ser ele. Apesar de mau sucedido e azarado, era, dentre os presentes, o que tinha mais chances de promover a festa.

- Newport! – Capitão Wig insistia nessa insanidade – Estou lhe dizendo, Micaela, saqueei Newport!

- E descobriu, acidentalmente, que havia um carregamento secreto de ouro do Banco da Inglaterra indo para a França? Isso é impossível!

- Se fosse impossível não estaria celebrando essa festa, estaria?

Por fora eu não acreditava em tal absurdo. Por dentro eu gritava: por que isso não acontece comigo?

- Micaela – insistência saía daquela boca com poucos, tortos, amarelos e corroídos dentes – Não sou o primeiro pirata a saquear aquele porto. A pobre da cidade já sofreu com isso várias vezes. Eu apenas dei sorte!

- Capitão Wig, a RAN tem fechado o cerco de uns anos pra cá. Mirrorport tem cada vez menos piratas e cada vez mais dívidas não pagas. Conhecidos do senhor mesmo já devem ter sido pegos e enforcados por McTravis ou algum outro capitão. É impossível que eles tenham cometido tamanho erro em deixar um carregamento de ouro sem escolta!

- Não vê? Essa foi a intenção deles! Deixaram seu escolta para não chamar a atenção e passarem despercebidos!

Eu teria continuado a conversa, mas ela tinha que aparecer. Carmensita desfilava entre os homens em seu vestido cor de sangue e bordados negros como se eles não existissem. O decote exibia largamente os seios fartos. Pele branca, macia como o mais suave dos tecidos. Cachos entre o dourado e o ruivo elegantemente arrumados caíam até a metade das costas nuas. Seu olhar sedutor, cor de mel, cruzou com o meu, deixou-me boquiaberta. Os olhos pintados de negro ficavam ainda maiores e mais destacados. Narizinho pequeno, arrebitado. Lábios finos, vermelhos, insinuavam um sorriso sensual. Imaginei o arome de chocolate exalando de seu corpo. Ela deu-me as costas, suave como todos seus movimentos e foi em direção à sacada. Como a garota era provocante. Não ligava que olhassem seus seios expostos, nem com o olhar mais indiscreto e malicioso. Ela gostava. Parecia que fazia tudo isso pra mim, pra me provocar, provocar meus pensamentos. Me deixava confusa, incerta, nervosa. Não conseguia me aproximar dela. E para quê? Que tanto tinha aquela menina que me enfeitiçava e em meus sonhos chamava-me com suas mãos sensuais? Erámos tão diferentes, mesmo que eu nunca tivesse falado com ela, não mais que olhares cruzados e presença nos mesmos ambientes. Ela vestia finos vestidos, enquanto eu usava calças e camisas folgadas e um casaco azul grosso por cima de tudo.

Eu teria dito ao Capitão Wig que discutir sobre o saque de Newport não importava mais. Nem isso eu fiz. Reunia coragem para ir até a sacada conversar com Carmensita. Eu queria isso! Mas não tinha certeza sobre o que sentia, e ela era uma garota! E eu também! Que mundo mais maluco esse! Ela acharia estranho e eu não saberia o que dizer, eu nem sabia o que ia fazer lá! Não sabia por que estava indo atrás dela! Argh! Eu queria martelar minha cabeça e acabar logo com aquilo!

Virei um gole de vinho na esperança de ajudar. Não estava ajudando, mas me fez pensar que eu tinha mais coragem, então valeu a pena. Avancei alguns passos na direção dela. Estava sozinha. Eu tinha que ir antes que chegasse alguém. Talvez fosse melhor deixar tudo isso de lado e esquecer. É o que eu sabia fazer de melhor e tive fazendo isso havia bastante tempo.

E veja o que se tornou. Que se dane, eu iria lá. Não importa o que viesse eu me sentiria melhor depois, pelo menos.

Fui até a sacada. O frio me atingiu primeiro ao deixar o calor da multidão e um lugar fechado. Minhas mãos agarraram firmemente o cercado de madeira que nos impedia de cair contra as rochas, quinze metros abaixo de nós, atingidas violentamente pelas ondas do mar.

Estávamos apenas Carmensita e eu, longe da presença, mas não dos olhares, dos outros. O vento me atingiu pela lateral e arrancou meu chapéu da cabeça, perdendo-se ao mar. Tomada de surpresa, sem saber o que fazer, fiquei rígida ao vê-lo voar e não consegui agir naturalmente. Carmensita seguiu-o com um movimento suave de cabeça e virou-se para mim:

- Seu chapéu! – sua voz é melodiosa, envolvente. Fiquei olhando para seus lábios entreabertos, dentes brancos perfeitos atrás deles – Micaela, não é?

- Sim – gaguejei – meu chapéu – gaguejei mais um pouco – eu… é – só pra fazer mais um pouco de merda.

Carmensita sorriu. Seus olhos brilhavam fixamente nos meus. Ela era um pouco mais baixa do que eu, e eu não era alta. Ela virou-se para o mar, totalmente negro essa hora da noite.

- Está uma noite linda, não é? – me disse. O céu estava repleto de estrelas e poucas nuvens nos observavam.

- Sabe – minhas mãos se tornaram verdadeiras quedas d’água – eu já observo, quero dizer, já vi você por aí há bastante tempo – faltava-me ar para dizer essas palavras. Podia sentir o coração saltando no peito.

- Eu também tenho te observado há algum tempo. Conheço você de vista quando aparece aqui, em Mirrorport.

Pai eterno! Será que ela pensa de mim as mesmas coisas que eu penso dela? E o que será que ela me viu fazer? Eu faço tanta merda por aí que chego a ter vergonha de mim mesma. Engraçado como essa não é minha opinião quando estou a pratica-las.

- Deve ser bom voar por aí – ela deslizava delicadamente a ponto do dedo pela tábua de madeira – ter liberdade, conhecer o mundo. Sair desse lugarzinho.

Eu juro que eu queria muito mesmo chama-la para vir comigo no meu navio e nunca mais voltar! Mas eu não consegui coragem para dizer isso a ela! E eu não tinha um navio…

- É – foi o que consegui responder – O vento no rosto, o horizonte infinito – tomei coragem – Eu queria te levar em uma das minhas viagens – a voz me faltava no final da frase.

Carmensita virou o belo rosto para mim, fitava-me com os enorme olhos cor de mel, os finos e vermelhos lábios entreabertos. 

- Te conhecer melhor – disse pausadamente, enfeitiçada pelo olhar dela.

Uma explosão colorida no céu quebrou o feitiço. Fogos de artifício foram acesos e eram lançados do navio voador do Capitão Wig, vinte metros acima de nós, ancorado na taverna. Diversos deles cortavam a noite em trajetórias caóticas, explodindo em cores e sons. A luz deles ofuscava a das estrelas agora.

Em segundos, uma multidão veio a sacada observar o show dos fogos atirados do navio de Wig. Os olhos de Carmensita eram deles agora e não mais meus.

Um marujo escalava a corda da âncora na tentativa de subir ao navio. O responsável pela festança e dono do navio arrastou seu manto violeta até a sacada. Ele não entendia o que acontecia. De onde vieram os fogos ou quem os acendeu? Deixei a área externa e retornei ao salão, agora pouco frequentado.

- O que diz de minha proposta agora Micaela? – surgiu, além de meus sentidos, o homem que conversei mais cedo, no mesmo traje elegante.

- Tem o dom de surgir das sombras, senhor não-sei-o-nome.

- Pode me chamar de Scott Riddle.

- Escute, não estou num dia bom – ainda saía do transe de Carmensita – então por que não me procura daqui uns dois meses hein? – eu não queria ser rude com o homem.

- Não disponho do tempo, capitã – o homem levou a mão a um relógio de bolso. Aquilo era ouro? – Está sem navio, sem dinheiro, e está é a única oferta que tens. Preciso de sua resposta agora.

Aquilo já era demais. Quem esse merda pensava que era?

- Por que eu deveria ir pra onde quer que vá naquele estúpido navio que não voa? Eu posso ficar em Mirrorport o tempo que quiser, até me aparecer alguma proposta! Mirrorport é meu porto seguro.

Uma das paredes da Boca de Lobo explodiu com um tiro de canhão.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Um Par para Micaela?

Micaela é divertida. A história narrada em primeira pessoa pela protagonista deixa transparecer muito da personalidade e das opiniões intrínsecas a ela. Dá pra perceber, também, que ela distorce os fatos na narração a seu próprio mérito, sendo a realidade revelada através dos diálogos.

- Tá, mas o que isso tem a ver com o título da postagem?, você pergunta. Calma, eu já chego lá.

Até o capítulo anterior a história seguia seu curso mais cômico, e, de fato, esse é espírito da coisa. Para dar um temperinho gostoso à história, entretanto, não pode faltar um pouco de drama e introspecção da personagem central. Já deu pra sentir um pouco disso no capítulo quatro quando Micaela ai até o misterioso agiota - quais são suas suposições em relação a esse personagem? Qual a participação dele na desconhecida história regressa da protagonista?

Agora na segunda parte de Porto Seguro, vocês sentirão um pouco dos relacionamentos amorosos da capitã dos ares. Arrá! Eu disse que chegava ao ponto! Prometo surpreendê-los! Confiram amanhã, às 10h, a segunda parte do capítulo.

Abraços! Richard Writer.