Óleo em chamas escorria pelo balão do Sloup. Eram milhões de
litros de hidrogênio prontos para transformar eu e meu navio em uma bola de
fogo nos céus, e, segundos depois, não haveria sequer uma lasca de madeira para
provar que um dia existimos. É. Assim é a vida.
- Fogo dos canhões! – gritei – Suas merdas que voam! – à
minha fiel tripulação – Ou vão morrer quinze segundos mais cedo! – já
plenamente motivada.
O Sloup girava lentamente no ar enquanto as cordas arpoadas
no grande navio de McTravis eram retraídas. Os navios estavam
tão próximos que as balas dos canhões sequer conheciam a liberdade dos ares
antes de colidir contra o casco do Yervant.
- Não vai conseguir fugir dessa vez! – McTravis me dizia
agarrado ao parapeito do seu navio, dois metros acima de mim.
- Do que está falando, Travis? – respondi em meio a tiros e
golpes de espada – Tenho a situação sobre controle absoluto!
O convés inferior a proa, onde estocava a pólvora, explodiu;
duas cordas a frente e duas a estibordo arrebentaram, deixando minha embarcação
suspensa somente pela popa; e meu adversário livrou-me do fardo de carregar uma
pistola. Um capitão que não possa lidar com uma situação dessas não merece o
título de capitão!
Cravei o sabre nas vísceras de meu adversário (por favor, um
homem que usa uma peruca branca cacheada não pode ser um marujo), subi ao
castelo de popa e girei o leme a todo estibordo.
- Eu mesmo me livrarei de você antes que tente algo! –
McTravis surgiu a minha frente.
Meu arqui-inimigo caolho (sim, fui eu que o fiz assim!)
desferia rápidos golpes com o sabre. A mim não restava nada além de habilmente
me esquivar de um, dois, três golpes! Tudo estaria bem desde que ele não
atingisse…
- Meu livro! – aquele trambolho era difícil de manter sob o
braço. Em um dos meus rápidos movimentos, McTravis culminou em atingir o grande
objeto e manda-lo pelos ares em queda livre.
Ver aquele maldito livro de capa de couro escorregar pelo
convés e cair do Sloup me deu vontade sentar, chorar e depois saltar do navio à
morte certa. Como eu não tinha muito tempo, pulei logo para a última etapa.
Corri em direção a murada, fechei os olhos e saltei! Por
findáveis segundos eu não tinha mais peso (o que era bom!), não tinha mais
inimigos (o que era tedioso) e não tinha mais o Sloup (o que era bom e tedioso
ao mesmo tempo).
Daí eu caí
Focalizei meu precioso livro na queda. Só se via mar onde quer que olhasse. Acima de mim, o balão do Sloup finalmente explodiu,
arremessando lascas de madeira a todas as direções. Com isso eu não precisava
me preocupar, atingiriam o espesso tecido que vestia. Eu me preocupava mesmo
era com os canhões que choviam em mim! Ah, e as bolas de ferro também.
Enfim me valeram as aulas de balé que
minha mãe me obrigou a fazer. Fudeu mesmo foi quando as cordas do Yervant
resolveram que era hora do navio encontrar seu fim e arrebentaram, libertando a
nave do balão. Era como a espada do destino que violentamente me trespassaria
e, se eu não desse a sorte de morrer, teria o impacto nas águas do oceano para
dar cabo disso. Falando nisso, elas já estavam bem perto.
Alcancei meu livro e o apertei fortemente contra o peito com
os dois braços! Ele tinha tudo para me tirar dali.
Português:Não sou nenhum perito para dizer sobre esta parte.
ResponderExcluirSuspense:Qual deste livro???? Serio, pelo menos isto me deu muita vontade de saber.
Verossímil:Acho que é meio cedo pra dizer não?
Ritmo:Eu fiquei meio perdido na hora do combate, na terceira vez que reli deu pra entender melhor.
Obrigado pela leitura e primeiro comentário Caio Mizerkowski.
ExcluirBusquei tornar o combate o plano de fundo para a cena, mas acho que acabou ficando pouco claro. Legal que você tenha dito isso, vou reescrever.
Saudações, Richard Writer.
Adorei o primeiro capítulo, Richard. Dá mesmo vontade de continuar a leitura. Só achei algumas exclamações desnecessárias. Quando vai postar o próximo capítulo?
ResponderExcluirObrigado pelo comentário Cat Campos. Nossos estilos são diferentes, né? Mas acho que você pode gostar.
ExcluirNão tenho o hábito de escrever em primeira pessoa, estou aprendendo agora. Já cortei algumas exclamações que percebi isso também, vou me atentar pra cortar mais. É que eu imagino a personagem contando e gritando e sai assim, mas vou melhorar.
Outra coisa importante que esqueci de dizer: Os palavrões. Empobrecem um pouco a leitura. Bom, essa é a minha opinião, né rs
ResponderExcluirBjs.
Eu também acho isso, mas nessa obra tem o propósito de revelar aspectos da personagem principal. Sua narração e o diálogo são quase independentes, e acho que esse jogo permite perceber algumas dessas características.
ExcluirOs palavrões vão ser vistos bastante como comentário da narradora. Essa tendencia contemporânea de representar a fala como de fato ela é.
Obrigado pela leitura e crítica! Espero que continue. O próximo capítulo será postado sábado. Até!
Primeiramente obrigado por dar mais opções na forma de comentar. :)
ResponderExcluirEntão... o que eu ia comentar mais cedo era basicamente que concordo com as opiniões do Caio e da Cat (comentários acima) e que ainda não tenho muito o que acrescentar, pois está muito no começo. Gostei do que li até agora, você criou esse mistério do livro que ficou bem legal. Com certeza prende o leitor para o capítulo 2.
Obrigado pelo feedback lá no meu blog. Volte sempre!
Abraços.
Obrigado pelo comentário Eduardo. Aguardo mais publicações suas também. Até!
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